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Cirurgia minimamente
invasiva no cancro da bexiga
A cistectomia radical é o procedimento cirúrgico em que a bexiga é removida completamente, utilizado no tratamento do cancro da bexiga que invade o músculo da mesma, podendo ser precedida de quimioterapia para melhorar o resultado.
A cistectomia radical minimamente invasiva, em mãos experientes, permite não só menores perdas de sangue, tempos de internamento mais curtos e recuperação mais rápida, com bons resultados oncológicos. É o tratamento que provou ser mais eficaz em evitar recidivas e com maior taxa de sobrevivência.
Quem deve fazer?
É o procedimento cirúrgico de primeira linha indicado a pessoas com cancro da bexiga que invade o músculo e que não está metastizado. Sempre que possível, deve ser realizada quimioterapia antes da cirurgia pois reduz em 16% o risco de morte por cancro da bexiga. Pode ter indicação para o alívio de sintomas locais na doença avançada.
No que consiste?
A cistectomia radical envolve a remoção completa da bexiga (e da próstata nos homens e útero nas mulheres).
Preserva-se, sempre que possível, as estruturas vizinhas com o intuito de manter a função sexual. É um procedimento complexo que envolve vários passos, incluindo reconstrução do trato urinário para permitir que o paciente elimine a urina de forma adequada.
PASSO 1
Pré-procedimento
É necessário realizar exames pré-operatórios, incluindo análises ao sangue e eletrocardiograma, e por vezes uma avaliação cardíaca e pulmonar e uma consulta de anestesia. Pode estar indicada a suspensão ou substituição de alguns fármacos, como anticoagulantes ou antiagregantes. É necessário 6 a 12 horas de jejum prévios.
PASSO 2
Procedimento
A cirurgia, sob anestesia geral, é realizada através de pequenas incisões na parede abdominal (5-12mm). Após a remoção da bexiga, é necessária uma nova forma de armazenar e eliminar a urina do corpo. Existem duas técnicas: utilização de um segmento pequeno de intestino para se acoplar um saco externo; ou de um segmento grande para realizar uma bolsa interna.
PASSO 3
Pós-procedimento imediato
Habitualmente, o internamento é de cerca de 5-10 dias. Será colocado um a dois drenos abdominais, sendo a remoção feita por norma antes da alta. Durante o internamento é fundamental uma deambulação precoce e várias outras medidas para restabelecimento do trânsito intestinal.
PASSO 4
Recuperação no domicílio
O material de sutura é removido na 2ª semana e dada uma injeção na região abdominal durante 4 semanas, para reduzir o risco de trombose. A recuperação pode ser desafiante e requer cuidados especiais, bem como de acompanhamento médico regular. Pode ser necessária reabilitação física e fisioterapia para ajudar na recuperação.
Porque fazê-lo
connosco?
A cistectomia radical é o tratamento de eleição na doença agressiva não metastizada. É uma doença em que não se pode perder tempo. Se a cirurgia for feita de forma atempada, e de acordo com os padrões internacionais, os resultados oncológicos têm o melhor prognóstico.

Experiência
No Instituto de Urologia Oncológica temos uma vasta experiência em cirurgia minimamente invasiva do cancro da bexiga, nas várias fases da doença, o que permite adaptar a melhor abordagem à sua situação particular.

Personalização
Trabalhamos por forma a adaptar o melhor tratamento possível a cada pessoa com a sua doença individual, personalizando o tratamento, sempre com base na evidência científica mais atual.

Disponibilidade
Estamos disponíveis e contactáveis para um acompanhamento longitudinal desde a fase de diagnóstico, tratamento e acompanhamento após o procedimento, no imediato e a longo prazo.
Números de Cirurgias
+90
Cirurgias realizadas
+75%
por via minimamente invasiva
Se tem um cancro da bexiga, marque já a sua consulta. Cada caso é único, e a equipa médica que o acompanhará no tratamento da doença irá certamente fazer a diferença.

Perguntas frequentes
Consulte mais informação sobre a cirurgia minimamente invasiva do cancro da bexiga. A nossa equipa médica está também disponível para esclarecer todas as suas questões numa consulta de avaliação. Fale connosco.
O procedimento inicial é uma RTU-V que serve como diagnóstico definitivo e primeiro tratamento. Se se vê doença tem de ser removida e analisada por um anátomo-patologista.
Vai depender do resultado da análise do material removido. O mais importante sublinhar é que é uma doença que reaparece em 50% dos casos nos primeiros 12 meses, pelo que há várias estratégias para reduzir o risco de reaparecimento. Ao mesmo tempo também é uma doença que pode avançar e ficar mais agressiva e também existem estratégias para reduzir esse risco.
O primeiro passo é a RTU-V. Depois consoante os resultados pode estar indicada apenas vigilância (com cistoscopias de controlo), tratamentos intra-vesicais (quimioterapia ou imunoterapia na bexiga), ou cirurgia radical, minimamente invasiva. Se o tumor invadir o músculo da bexiga (detrusor) deve ser realizado um TAC ao tórax, abdómen e pelve para avaliar se a doença está localizada à bexiga ou se já sofreu metastização (estar noutras zonas do corpo)
Os sintomas urinários vão depender se for realizada um conduto ileal ou suas variações, onde deixam de existir os sintomas urinários, ou se for realizada uma nova bexiga com intestino – neste caso existe um risco de incontinência urinária noturna e de ser necessário aprender a se algaliar a si próprio(a) por incapacidade de esvaziar a bexiga.
Em relação às ereções, existe um potencial de perder as ereções ou de ficarem mais fracas – existem variações técnicas que permitem reduzir este risco mas só podem ser feitas com segurança nalguns casos.
Existe um potencial de perder as ereções ou de ficarem mais fracas resultado de uma cistectomia minimamente invasiva para o cancro da bexiga – existem varias técnicas que permitem reduzir este risco mas só podem ser feitas com segurança nalguns casos.
A realização de cistectomia parcial é possível, mas só em casos muito específicos e com riscos associados aumentados. Menos de 5% das pessoas com tumores invasivos o podem realizar, com o potencial de manter função sexual e urinária, mas à custa de um maior risco de reaparecimento e agravamento da doença. Pode estar indicado em pessoas que não tenham capacidade para resistir a uma cirurgia radical.
Depende de muitos fatores: se não invadir o músculo e for tratado por RTU-V, pode voltar a aparecer e tem de ser vigiado com regularidade. Se invadir o músculo e estiver localizado, realizando uma cistectomia tem a maior probabilidade de o tumor não reaparecer, apesar de ser uma realidade que não pode ser excluída.
Depende se ainda tem bexiga ou não, e tendo bexiga depende da agressividade da doença. Se mantiver bexiga tem um esquema regular de realização de cistoscopias ajustado ao risco podendo ir a 1 por ano até 4 por ano. Se teve que fazer cirurgia radical minimamente invasiva (e nalguns casos de doença de alto risco mesmo preservando a bexiga) terá de realizar um TAC a cada 3 a 6 meses nos primeiros anos, e depois anualmente. No contexto de tratamento trimodal tem de fazer a combinação de cistoscopias e TACS de vigilância mais intensivos.
É a cirurgia que permite uma possibilidade de cura de um cancro da bexiga que invade o músculo e está localizado à bexiga. O cancro da bexiga é uma doença agressiva e a cistectomia radical é o tratamento mais amplamente estudado e com resultados comprovados.
É necessário realizar exames pré-operatórios e uma consulta de anestesia. Pode estar indicada a suspensão ou substituição de alguns fármacos, como anticoagulantes ou antiagregantes. É necessário 6 a 12 horas de jejum antes do procedimento. Nalguns casos será também fazer uma preparação intestinal, com um enema de limpeza para facilitar a cirurgia.
A cistectomia radical minimamente invasiva tem de ser realizada sob anestesia geral.
Os riscos desta intervenção são elevados. É uma cirurgia que pode ter complicações hemorrágicas, cardiovasculares importantes, como enfarte cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC), fenómenos trombóticos, como embolia pulmonar, infecções ou evisceração (necessidade de voltar a fechar a ferida). Existem riscos durante a cirurgia de lesão vascular (artérias e veias) e do intestino. A correcção dessas lesões muitas vezes não tem implicações no pós-operatório, mas pode levar à necessidade de, por exemplo, ter um saco para as fezes (que pode ser temporário ou definitivo). A cirurgia minimamente invasiva consegue minimizar algumas destas complicações e acelerar a recuperação após a cirurgia.
Terá um internamento no mínimo de 5 dias, sendo o mais frequente 8 a 10 dias e podendo nalguns casos prolongar-se a 2 semanas pelo menos.
Normalmente quando regressa a casa, vai já sem drenos e fica sem grandes limitações de movimentos. No entanto foi uma cirurgia importante, que exige muito do paciente, pelo que deve evitar esforços (que aumentem a pressão abdominal) durante cerca de 4 semanas. Tem de ter o cuidado de se movimentar com moderação e de se alimentar para conseguir recuperar bem da cirurgia. Frequentemente é possível no espaço de 6 semanas após a cirurgia voltar às atividades normais, consoante a adaptação às alterações com a função urinária decorrentes da cirurgia.
Após esta cirurgia é possível ter uma vida ativa, com algumas alterações. Pode trabalhar, fazer exercício, manter a vida social. Terão de existir adaptações à forma como elimina a urina, principalmente se tiver uma derivação com um saco e a adaptação a ele, principalmente pelas alterações que poderá ter na imagem corporal. Se fizer uma bolsa de eliminação, também conhecida como neobexiga, não terá as alterações da imagem corporal, mas poderá ter frequentemente episódios de incontinência urinária. A vida sexual pode ficar comprometida, pois a cirurgia pode ter implicações a este nível por causa dos órgãos que têm de ser removidos. É possível tentar preservar a função sexual/parte dos órgãos responsáveis por isso, mas terá de ser sempre avaliado caso a caso.
O prognóstico vai depender muito da agressividade do tumor, da resposta à quimioterapia anterior caso esta seja realizada, e da sua profundidade – quanto mais agressivo for o tumor e mais profundo, assim como menor resposta a quimioterapia, pior será o prognóstico. A evolução nos primeiros anos após a cirurgia ajuda a definir o prognóstico, pois as recorrências à distância ocorrem mais frequentemente nos primeiros 2-3 anos. A sobrevivência a longo prazo (> 5 anos) após esta cirurgia é de 25 a 85%, consoante as características da doença, a realização ou não de quimioterapia associada e da experiência do cirurgião, da equipa e da instituição.
A alternativa que tem sido mais estudada é a terapêutica trimodal. Consiste na associação de RTU-V completa e radical (pode ser necessária mais do que um procedimento), seguidos de quimioterapia e radioterapia ao mesmo tempo. Não há estudos comparativos com a cistectomia radical e existem resultados muito díspares ainda. Sendo assim, nalguns casos pode e deve ser considerado com tratamento alternativo, sendo que necessita de um seguimento muito frequente, com cistoscopias, eventuais RTU-Vs, TACS e várias consultas por ano. Tem a vantagem de manter a bexiga, que em vários casos pode ficar com uma capacidade diminuída.
Por norma pode retomar a sua medicação habitual, o que será confirmado sempre pelo médico assistente. Existem exceções, de acordo com a suspensão ou substituição de alguns fármacos desde o período pré-operatório, como anticoagulantes ou antiagregantes; estes poderão ser retomados poucos dias após a cirurgia, mas depende de cada medicamento em particular, pelo que tem sempre de confirmar aquando da alta quando os deverá retomar.
Existe acompanhamento especializado com o médico e um(a) enfermeiro(a) dedicado. Existem vários produtos para ajudar a proteger a pele, quer na aplicação quer na remoção dos sacos, assim como será escolhido o saco que melhor se adapte à sua situação. Existe sempre apoio no pós-operatório e sempre que for necessário.
