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Resseção Transuretral de Bexiga (RTU-V)
A Resseção Transuretral da Bexiga (ou vesical – RTU-V) é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, usado para tratar diversas doenças que afetam a bexiga. É simultaneamente o último passo no diagnóstico de qualquer cancro da bexiga, como o primeiro passo do seu tratamento. Este procedimento é feito através de orifícios naturais e sem cicatriz. Pode ter de ser realizado várias vezes, consoante a evolução da doença.
Quem deve fazer?
Todas as pessoas com cancro da bexiga num diagnóstico inicial, independentemente da fase da doença, devem fazer uma Resseção Transuretral da Bexiga, uma vez que faz parte do diagnóstico desta doença. Pode ser necessária uma nova RTU-V após 2 a 6 semanas, consoante as alterações encontradas ou em situações em que a doença volte e sempre que esta não invada o músculo. Pode ser realizada no contexto de tratamento trimodal, sendo associada a quimioterapia e radioterapia (de momento deve ser apenas ponderado em casos selecionados, principalmente se a cistectomia radical não é uma opção ou é inaceitável).
Também pode ser realizada para o tratamento de outras doenças da bexiga, como úlceras, pólipos ou hemorragia recorrente da bexiga.
No que consiste?
A RTU-V consiste na remoção de todo o cancro visualizado, servindo como biópsia e tratamento no mesmo procedimento. É realizada através da uretra com um aparelho chamado ressectoscópio, com visualização através duma câmara, para remoção do tecido afetado. É a base do tratamento dos cancros da bexiga que não invadem o músculo, assim como parte essencial do tratamento trimodal, que consiste em associar 3 tratamentos: RTU-V + quimioterapia sistémica + radioterapia externa.
PASSO 1
Pré-procedimento
É necessário realizar exames pré-operatórios e uma consulta de anestesia. Pode estar indicada a suspensão ou substituição de alguns fármacos, como anticoagulantes ou antiagregantes. É necessário 6 a 12 horas de jejum antes do procedimento.
PASSO 2
Procedimento
Sob anestesia, a intervenção é realizada através da uretra, com um aparelho com uma câmara para visualização. Podem ser utilizadas diferentes energias, sendo o mais frequente a corrente bipolar. São removidos fragmentos ou a lesão em bloco até não ser observada doença visível, sempre que possível.
PASSO 3
Pós-procedimento imediato
A algália colocada no final do procedimento fica com irrigação de soro para impedir a formação de coágulos. Terá um internamento curto (1 a 3 dias) em regra, tendo geralmente alta sem algália. Pode ter, temporariamente, algumas queixas urinárias, sendo as mais habituais a frequência miccional, urgência miccional ou ardor a urinar.
PASSO 4
Recuperação no domicílio
As queixas urinárias tendem a diminuir em poucos dias a semanas, podendo ser necessária medicação. Não existe alteração da função erétil associada ao procedimento.
Porque fazê-loconnosco?
Estudos científicos têm vindo a demonstrar que, em qualquer fase da doença, quer invada o músculo ou não, a qualidade da RTU-V tem uma correlação direta com os resultados oncológicos. Isto é tanto verdade para a remoção completa quando não há invasão do músculo, quer para quando existe invasão, os resultados seguintes sejam melhores.

Experiência
No Instituto de Urologia Oncológica temos uma vasta experiência na Resseção Transuretral da Bexiga, nas várias fases da doença, o que potencia melhores resultados.

Personalização
Trabalhamos por forma a adaptar o melhor tratamento possível a cada pessoa com a sua doença individual, personalizando o tratamento, sempre com base na evidência científica mais atual.

Disponibilidade
Estamos disponíveis e contactáveis para um acompanhamento longitudinal desde a fase de diagnóstico, tratamento e acompanhamento após o procedimento, no imediato e a longo prazo.
Números de Cirurgias e resultados
+700
RTU-V realizadas nas várias fases da doença.
Se teve um episódio de sangue na urina, marque já a sua consulta.

Perguntas frequentes
Consulte mais informação sobre a Resseção Transuretral da Bexiga. A nossa equipa médica está também disponível para esclarecer todas as suas questões numa consulta de avaliação. Fale connosco.
O procedimento inicial é uma RTU-V que serve como diagnóstico definitivo e primeiro tratamento. Se se vê doença tem de ser removida e analisada por um anátomo-patologista.
Vai depender do resultado da análise do material removido. O mais importante sublinhar é que é uma doença que reaparece em 50% dos casos nos primeiros 12 meses, pelo que há várias estratégias para reduzir o risco de reaparecimento. Ao mesmo tempo também é uma doença que pode avançar e ficar mais agressiva e também existem estratégias para reduzir esse risco.
O primeiro passo do tratamento do cancro da bexiga é a RTU-V. Depois, consoante os resultados, pode estar indicada apenas vigilância (com cistoscopias de controlo), tratamentos intra-vesicais (quimioterapia ou imunoterapia na bexiga), ou cirurgia radical, minimamente invasiva. Se o cancro invadir o músculo da bexiga (detrusor) deve ser realizado um TAC ao tórax, abdómen e pelve para avaliar se a doença está localizada à bexiga ou se já sofreu metastização (estar noutras zonas do corpo)
Nesta cirurgia é possível ter sintomas urinários durante alguns dias a semanas após a cirurgia. Esta intervenção não afeta a qualidade das ereções.
Depende de muitos fatores: se não invadir o músculo e for tratado por RTU-V, pode voltar a aparecer e tem de ser vigiado com regularidade. Se invadir o músculo e estiver localizado, realizando uma cistectomia tem a maior probabilidade de o cancro não voltar a aparecer, apesar de ser uma realidade que não pode ser excluída.
Depende se ainda tem bexiga ou não, e tendo bexiga depende da agressividade da doença. Se mantiver a bexiga, tem um esquema regular de realização de cistoscopias ajustado ao risco podendo ir a 1 por ano até 4 por ano. Se foi submetido a cirurgia radical minimamente invasiva (e nalguns casos de doença de alto risco mesmo preservando a bexiga) terá de realizar um TAC a cada 3 a 6 meses nos primeiros anos, e depois anualmente. No contexto de tratamento trimodal tem de fazer a combinação de cistoscopias e TACS de vigilância mais intensivos.
É necessário realizar exames pré-operatórios e uma consulta de anestesia. Pode estar indicada a suspensão ou substituição de alguns fármacos, como anticoagulantes ou antiagregantes. É necessário 6 a 12 horas de jejum antes do procedimento.
A RTU-V pode ser realizada sob anestesia geral ou loco-regional (tipo epidural), associada ou não a sedação. Será discutido com o anestesiologista, sendo que para a cirurgia possa existir vantagem em ser realizada anestesia geral com e o pós-operatório imediato, possa ter vantagens a anestesia loco-regional
Os riscos desta intervenção são hemorragia da bexiga (que é minimizada pela algaliação e lavagem da bexiga com soro no pós-operatório), infecção urinária (sendo realizada profilaxia antibiótica) e queixas urinárias no pós-operatório (normalmente é prescrita medicação para minimizar estas queixas quando elas existem, ou mesmo logo para prevenir as mesmas). No intraoperatório, pode ocorrer uma perfuração da bexiga (relativamente raro em mãos experientes), que normalmente é resolvida com tempo mais prolongado de algaliação, ou em casos mais graves, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica por via abdominal para encerramento da bexiga. No pós-operatório a longo prazo, pode surgir um aperto da uretra, como em qualquer manipulação da uretra (algaliação comum, procedimentos endoscópicos, etc.)
O procedimento pode demorar entre cerca de 15 minutos, até uma hora e meia a duas horas. Está diretamente relacionado com o tamanho da lesão a tratar. Na maioria dos casos será uma cirurgia de 15 a 45 minutos.
Terá um internamento curto (1 a 3 dias) em regra, tendo geralmente alta sem algália
Normalmente quando regressa a casa, vai já sem algália, ou seja, fica sem grandes limitações de movimentos. No entanto deve evitar esforços (que aumentem a pressão abdominal ou façam compressão no períneo) durante cerca de 4 semanas, para evitar os sangramentos da bexiga no pós-operatório. Estes acontecem pois após a intervenção, é criada uma escara/crosta na zona onde estava a lesão; um esforço importante aumenta o risco desta crosta se soltar precocemente, criando a hemorragia.
Para além do descrito na resposta anterior, pode esperar também com algum aumento da frequência, vontade súbita e ardor a urinar, assim como outras queixas similares. Pode desenvolver febre associada a estas queixas, ou urina turva. Aí deve ser avaliada(o) pelo seu médico para avaliar a necessidade de algumas análises ou exames e eventualmente tratamento antibiótico, sendo um acontecimento pouco frequente.
Isto vai depender muito da agressividade do tumor e da sua profundidade – quanto mais agressivo for o tumor e mais profundo na parede da bexiga pior será o prognóstico. Existem também lesões que não são consideradas malignas, que conferem melhor prognóstico.
É um procedimento que não tem alternativa. Está contraindicado realizar a priori alguma intervenção por via abdominal para diagnóstico de tumor da bexiga ou tratamento de lesões que não invadam o músculo. Não existem também procedimentos percutâneos que possam substituir a RTU-V.
Por norma pode retomar a sua medicação habitual, o que será confirmado sempre pelo médico assistente. Existem exceções, de acordo com a suspensão ou substituição de alguns fármacos desde o período pré-operatório, como anticoagulantes ou antiagregantes; estes poderão ser retomados poucos dias após a cirurgia, mas depende de cada medicamento em particular, pelo que tem sempre de confirmar aquando da alta quando os deverá retomar.
Por norma o resultado da histologia demora entre uma a 2 semanas. A consulta pós-operatória habitualmente é realizada a partir da 3ª semana, para existir uma avaliação já com o resultado do material removido da bexiga. Qualquer intercorrência durante este período estaremos contactáveis para ajudar.