Cancro da Bexiga

O que é o cancro da bexiga?

O cancro da bexiga é o cancro maligno mais frequente do sistema urinário e o 9º cancro mais frequente no mundo. A grande maioria são do urotélio, a camada mais interna da bexiga, que está exposta a múltiplos agressores. Nos homens a partir dos 50 anos, o cancro da bexiga é o 2º cancro mais frequente, ultrapassado apenas pelo da próstata.

 

O cancro da bexiga tem um elevado potencial de agressividade: pode ser uma doença só na mucosa (urotélio) em 75% dos casos. Com frequência volta a aparecer ao longo dos anos seguintes ao tratamento, ou uma doença invasiva (15-20% dos casos), que obriga a tratamento radical e que tem uma maior taxa de mortalidade. Independentemente da apresentação, tem de ser tratada o quanto antes.

São vários os fatores de risco para o cancro da bexiga:

O cancro da bexiga pode aparecer sem ter nenhum dos fatores de risco a seguir descritos, mas quase sempre existe pelo menos um:

  • Tabaco - se fuma ou fumou, apresenta grande risco, principalmente para tumores da bexiga (50-65% dos casos).
  • Contacto continuado com múltiplos produtos químicos, tintas, diluentes, metais, couros, têxteis e produtos petrolíferos, entre outros.
  • Género - é mais frequente nos homens, mas é diagnosticado em fases mais avançadas nas mulheres.
  • História familiar de tumores da bexiga, ureter e rim (urotélio).
  • Radioterapia pélvica prévia independentemente da causa (por cancro da próstata nos homens, do colo do útero nas mulheres e do reto em ambos).
  • Infeção por Schistossoma spp. (frequente nas pessoas que vivem ou viveram em certas regiões de África).
  • Cálculos (“pedras”) urinários, pela inflamação crónica.
  • Hipertensão arterial ou triglicerídeos elevados.
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São vários os fatores de risco para
cancro da bexiga:

O cancro da bexiga pode aparecer sem ter nenhum dos fatores de risco a seguir descritos, mas quase sempre existe pelo menos um:

  • Tabaco - se fuma ou fumou, apresenta grande risco, principalmente para tumores da bexiga (50-65% dos casos).
  • Contacto continuado com múltiplos produtos químicos, tintas, diluentes, metais, couros, têxteis e produtos petrolíferos, entre outros.
  • Género - é mais frequente nos homens, mas é diagnosticado em fases mais avançadas nas mulheres.
  • História familiar de tumores da bexiga, ureter e rim (urotélio).
  • Radioterapia pélvica prévia independentemente da causa (por cancro da próstata nos homens, do colo do útero nas mulheres e do reto em ambos).
  • Infeção por Schistossoma spp. (frequente nas pessoas que vivem ou viveram em certas regiões de África).
  • Cálculos (“pedras”) urinários, pela inflamação crónica.
  • Hipertensão arterial ou triglicerídeos elevados.

Sintomas

Ausência de sintomas

Numa fase inicial da doença esta pode não ter qualquer sintoma.

Sangue na urina

Visível ou microscópico, pode aparecer em qualquer fase da doença.

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Sintomas urinários

Ardor a urinar, frequência (“ir muitas vezes”) ou urgência (“ter de ir a correr”) urinária.

Dificuldade em urinar ou retenção urinária

Se existir crescimento do tumor que bloqueie a saída de urina, normalmente em fases mais avançadas.

Dor

Suprapúbica, lombar, rectal ou perineal, tanto em fases mais precoces como mais avançadas da doença.

Fadiga, perda de apetite, perda de peso

Normalmente aparecem quando a doença está num estado avançado.

Dor óssea

Apesar de estar mais frequentemente associado a outras condições, pode ser sintoma de cancro da bexiga.

Dor de cabeça persistente e significativa

Associada a outros sintomas de cancro da bexiga.

Como diagnosticar cancro da bexiga?

O diagnóstico é muitas vezes atrasado pela semelhança dos sintomas com doenças benignas – infeção urinária, cistite, prostatite, pedras nos rins. Após o aparecimento dos sintomas, o exame a realizar para excluir a presença de cancro da bexiga é a cistoscopia flexível. Pode estar indicada a realização de uma ecografia ou uma TAC com contraste, aos rins e à bexiga. Existem marcadores urinários que devem também ser pedidos.

PASSO 1

Cistoscopia flexível

Exame endoscópico através da uretra, com um aparelho flexível que permite ver “na hora”, com uma câmara de tecnologia digital, a bexiga e a uretra (incluindo prostática). É um exame indispensável no diagnóstico e vigilância de tumores da bexiga.

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PASSO 2

Ecografia da bexiga
(e do rim)

É utilizado em urgência ou como rastreio. Um exame “normal” não permite,  no entanto, excluir com certeza um tumor da bexiga. A ser feito deve ser ao aparelho urinário completo pois muitas vezes a doença é multifocal.

PASSO 3

Citologia Urinária

O mais estudado marcador urinário é a citologia urinária, onde são observadas células na urina. Deve ser realizada em conjunto com a cistoscopia para detetar doença de alto grau, melhorando o diagnóstico. Existem vários marcadores em estudo e desenvolvimento.

PASSO 4

Uro-TAC

Nalguns casos, o cancro da bexiga é diagnosticado por Uro-TAC, mas o seu recurso mais comum é para após o diagnóstico, avaliar localmente a doença, se há doença associada dos rins e ureteres e disseminação para outros órgãos.

Tratamentos

Como se trata o cancro da bexiga?

O tratamento do cancro da bexiga depende de vários fatores, como o estadiamento da doença, o tipo de células envolvidas, a localização e a saúde geral do paciente. Internacionalmente, é recomendada a reunião de um grupo oncológico para discussão dos casos, em particular os de risco elevado ou muito elevado, de forma a encontrar a melhor terapêutica para cada caso específico. 

Os principais métodos de tratamento incluem:

Se tem sangue na urina e nunca pesquisou a causa, marque já a sua consulta.
Esteja atento.

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Perguntas frequentes

Consulte mais informação sobre o cancro da bexiga. A nossa equipa médica está também disponível para esclarecer todas as suas questões numa consulta de avaliação. Fale connosco.

Em mais de metade dos casos, o tabaco é o fator que leva a desenvolver um cancro da bexiga. O 2º factor mais frequente é o contacto com múltiplos produtos químicos, tintas, diluentes, metais, couros, têxteis e produtos petrolíferos, entre outros. Juntos, correspondem a pelo menos 70% dos casos. É mais frequente nos homens associado aos fatores de risco, mas a diferença está a diminuir.

Qualquer pessoa pode ter cancro da bexiga. É mais frequente a partir dos 70 anos de idade.

O sintoma mais frequente é sangue na urina. Pode ter um cancro da bexiga mesmo sem qualquer sintoma. Pode estar associado a queixas a urinar, a dor pélvica ou abdominal, assim como a cansaço, perda de apetite ou de peso.

Não. A presença de sangue na urina pode estar associada a várias condições e doenças, como infeção urinária, cistite, prostatite, pedras nos rins, etc. É por esse motivo que o diagnóstico de cancro é muitas vezes atrasado, precisamente porque pode estar também associado a estas doenças benignas. Sangue na urina pode ser cancro da bexiga até prova em contrário e tem de ser estudado. O objetivo da avaliação é determinar a doença, o local e a sua extensão.

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Qualquer episódio de sangue na urina tem de ser investigado. Há uma tendência natural de negação, em que a não repetição dos episódios leva a pessoa a assumir que está tudo bem. Muitas vezes é uma oportunidade perdida para diagnosticar um tumor da bexiga em fase precoce onde os tratamentos são menos agressivos e o prognóstico é melhor.

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Nesses casos o risco de tumor é mais baixo, mas não pode ser excluído. Deverá ser avaliado pelo seu urologista para avaliar riscos e benefícios de fazer exames para avaliar se tem um cancro.

É possível em fases iniciais da doença ainda não existirem sintomas. Deverá ser avaliado caso a caso.

Ter muitas infeções urinárias não quer dizer que tem cancro. no entanto deve ser avaliado por um médico urologista em qualquer dos casos para se poder aconselhar.

Pode ter-se cancro da bexiga com qualquer idade, apesar de serem raros os casos nos jovens. O cancro na bexiga é mais frequente a partir dos 50, sendo a idade média ao diagnóstico por volta dos 70 anos.

Os estudos apontam para essa relação familiar. Existem doenças genéticas que aumentam o risco de cancro da bexiga.

A cistoscopia pode ser evitada em alguns casos se, após revisão das imagens, o diagnóstico do cancro da bexiga for claro. Se não for claro, então a cistoscopia deve ser realizada.

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O primeiro passo é a realização de uma Resseção Transuretral da Bexiga (RTU-V). Consoante os resultados, pode estar indicada apenas vigilância (com cistoscopias de controlo), tratamentos intra-vesicais (quimioterapia ou imunoterapia na bexiga), ou cirurgia radical, minimamente invasiva. Se o tumor invadir o músculo da bexiga (detrusor) deve ser realizado um TAC ao tórax, abdómen e pelve para avaliar se a doença está localizada na bexiga ou se já sofreu metastização (estar noutras zonas do corpo).

O cancro da bexiga tem cura, mas a resposta não é assim tão simples. Nas formas de doença em que não há invasão em profundidade, a parte positiva é que é possível manter a bexiga, mas esta tem de ser vigiada para o resto da vida, pois é uma doença que pode voltar a aparecer. Se for mais invasiva, em que o tratamento indicado é a cirurgia de remoção da bexiga, esta é a única forma de conseguir atingir a cura. Sendo que é necessária também uma vigilância nos anos seguintes.

Existem 3 tratamentos. Na doença menos agressiva, é possível a Ressecção Transuretral de Bexiga, em que se preserva a bexiga e a cirurgia é feita através da uretra. Quando a doença é agressiva mas localizada, deve ser realizada uma cirurgia de remoção da bexiga (cistectomia radical) por via minimamente invasiva, com o objetivo de curar a doença. Na doença agressiva, localizada, em que não é possível fazer esta cirurgia mais agressiva, pode ser realizada Ressecção Transuretral de Bexiga seguida de quimioterapia e radioterapia associadas. Em casos de doença disseminada, pode ser realizada quimioterapia, imunoterapia ou radioterapia (para alívio de sintomas).

Sim, o cancro pode voltar. É por isso que o cancro da bexiga nas suas várias formas tem sempre de ser vigiado.

Nesta cirurgia é possível ter sintomas urinários durante alguns dias ou mesmo semanas, após a cirurgia. Esta intervenção não afeta a qualidade das ereções.

O mais frequente é ficar a urinar por um orifício ao lado do umbigo, directamente para um saco. Caso tivesse queixas urinárias antes, essas ficam resolvidas. Se for realizada uma bexiga com intestino, terá de passar a urinar com esforço abdominal e tem o risco de incontinência urinária com necessidade de utilização de fralda ou pensos – nestes casos pode ser necessário aprender a algaliar-se a si próprio(a).

Em relação às ereções, existe um potencial de perder as ereções ou de ficarem mais fracas – existem variações técnicas que permitem reduzir este risco mas só podem ser feitas com segurança nalguns casos.

Depende de muitos fatores: se não invadir o músculo e for tratado por Resseção Transuretral da Bexiga (RTU-V), pode voltar a aparecer e tem de ser vigiado com regularidade. Se invadir o músculo e estiver localizado e se realizar uma cistectomia, tem a maior probabilidade de o tumor não voltar a aparecer, apesar de ser uma realidade que não pode ser excluída em doença oncológica.

O período e os cuidados na recuperação dependem do tipo de cirurgia: quer seja uma Resseção Transuretral da Bexiga quer seja uma cistectomia radical minimamente invasiva. No primeiro caso existe um internamente de 1 a 3 dias, sendo que deve evitar esforços importantes durante cerca de 3 a 4 semanas pelo risco de sangrar na urina no pós-operatório. No segundo caso, o internamento ´de cerca de 7 a 10 dias, com um período de recuperação mais longo, que vai das 4 às 6 semanas.

A radioterapia pode levar a hemorragia, necrose do tumor, agravamento das queixas urinárias, aparecimento de queixas gastrointestinais (sangue nas fezes, dor ao defecar, etc.) ou dor.

É uma doença que não se pode deixar estar. Vai obrigar a um controlo frequente com consultas e exames regulares. Se fuma deve parar para diminuir o risco futuro de reaparecimento. Se tiver um tumor menos agressivo, vai ter de realizar cistoscopias flexíveis e consultas com uma regularidade adaptada (1 a 4 por ano); sempre que houver um reaparecimento terá de fazer uma nova Resseção Transuretral da Bexiga. Se tiver um tumor mais agressivo e tiver de realizar uma cirurgia minimamente invasiva para remoção da bexiga, vai passar a urinar para um saco, com trocas a cada 2 dias (fácil para o prórpio ou familiar próximo), ou terá de reaprender a urinar caso tenha um bexiga de intestino. Terá consultas e TACs de seguimento regulares – 1 a 2 vezes por ano.

Se tiver um tumor menos agressivo, vai ter de realizar cistoscopias flexíveis e consultas com uma regularidade adaptada (1 a 4 por ano); sempre que houver um reaparecimento terá de fazer uma nova Resseção Transuretral da Bexiga. Se tiver um tumor mais agressivo e tiver de realizar uma cirurgia minimamente invasiva para remoção da bexiga, terá consultas e TACs de seguimento regulares – 1 a 2 vezes por ano, assim como consultas de enfermagem para reavaliação do estoma.